quinta-feira, 26 de maio de 2011

QUEM E´ QUE NÃO SABE DISSO?

Inferninho

Na Seccional Urbana da Cidade Nova, onde é grande o número de presos sob a custódia do Sistema Penal, em condições crudelíssimas de execução de prisão provisória, há uma cela conhecida pelos presos por inferninho.


Eclusas

Para se chegar lá, é preciso atravessar três portões que os agentes prisionais chamam de eclusas. O mau cheiro é tanto que autoridades responsáveis pela fiscalização do Sistema Penal têm dificuldade para chegar ao inferninho e constatar as subumanas e degradantes condições a que os presos estão submetidos.

Temperatura

O promotor Ivanilson Raiol, durante inspeção realizada naquela seccional, que faz as vezes de cadeia pública improvisada, teve a preocupação de levar um termômetro para verificar a temperatura legal e constatou uma temperatura de 50 graus centígrados no ponto mais quente da cela.


Saara

Essa temperatura é mais elevada que a do deserto do Saara na sombra e se deve ao superaquecimento das lajes da prisão que irradia calor para o interior das celas. O promotor pediu a interdição do local.


Campo de concentração

Não se ouve falar em abertura de vagas no sistema penal. Até a presente data, com cinco meses de governo, o superintende ainda nada fez para mudar essas condições medievais da execução penal, que fazem lembrar um campo de concentração nazista. Sem nenhum exagero.

É só entregar para a iniciativa privata que com tanta grana que sai pelo ralo melhora.

terça-feira, 24 de maio de 2011

FIQUE POR DENTRO

CONHEÇA AS TRÊS UTILIDADES QUE ESTÃO ESCONDIDAS EM SEU CELULAR.

03 coisas que você nunca soube sobre seu celular.
Será útil manter essas informações com você.
Existem algumas coisas que podem ser feitas em caso de emergência.
Seu celular é uma ferramenta que pode salvar sua vida.
Veja o que ele pode fazer por você:

Emergência I
O número universal de emergência para celular é 112
Se você estiver fora da área de cobertura de sua operadora e tiver alguma emergência, disque 112 e o celular irá procurar conexão com qualquer operadora possível para enviar o número de emergência para você, e o mais interessante é que o número 112 pode ser digitado mesmo se o teclado estiver travado. Experimente!

Emergência II *3370#
Vamos imaginar que a bateria do seu celular esteja fraca. Para ativar, pressione as teclas: *3370#
Seu celular irá acionar a reserva e você terá de volta 50% de sua bateria. Essa reserva será recarregada na próxima vez que você carregar a bateria.

Emergência III *#06#
Para conhecer o número de série do seu celular, pressione os seguintes dígitos: *#06#
Um código de 15 dígitos aparecerá. Este número é único. Anote e guarde em algum lugar seguro. Se seu celular for roubado, ligue para sua operadora e dê esse código. Assim eles conseguirão bloquear seu celular e o ladrão não conseguirá usá-lo de forma alguma. Talvez você fique sem o seu celular, mas pelo menos saberá que ninguém mais poderá usá-lo. Se todos fizerem isso, não haverá mais roubos de celular.

PS: Essas informações não são conhecidas, por isso passe para seus amigos e familiares.

PAGANDO TRIBUTOS E ELES FAZENDO FARRA

Os brasileiros terão de trabalhar, apenas para cumprir suas obrigações tributárias com os fiscos federal, estaduais e municipais. Serão 149 dias de trabalho no ano, um dia a mais do que os trabalhados em 2010. O cálculo faz parte do estudo sobre os dias trabalhados para pagar tributos, divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

Os brasileiros estão entre os que mais pagam tributos no mundo, perdendo apenas para os suecos (185 dias) e os franceses (149 dias). Os espanhóis (137), os norte-americanos (102), os argentinos (97), os chilenos (92) e os mexicanos (91) trabalham menos do que os brasileiros.

A tributação ocorre os rendimentos, como salários e honorários, é formada principalmente pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição previdenciária (INSS e previdências oficiais) e pelas contribuições sindicais. Além disso, o cidadão paga a tributação sobre o consumo, já inclusa no preço dos produtos e serviços, como PIS, ICMS e IPI. Há ainda a tributação sobre o patrimônio, como IPTU e IPVA, e taxas (limpeza pública, coleta de lixo e iluminação pública).

E o MEC brincando com nosso dinheiro fazendo filminhos nojentos, gastando a bagatela de 23,500 milhões.

E a ALEPA com sua corja fazendo a maior farra com o dinheiro público. Alguém viu o MAJOR WOLGRAN POR AÍ.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ORDE E PROGREÇO OU SURUBA NAS ESCOLAS

“Uma frase retirada da obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedagógica é da Ação Educativa, vem gerando enorme repercussão na mídia. A obra é destinada à Educação de Jovens e Adultos, modalidade que, pela primeira vez neste ano, teve a oportunidade de receber livros do Programa Nacional do Livro Didático. Por meio dele, o Ministério da Educação promove a avaliação de dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as à avaliação de especialistas e depois oferece as aprovadas para que secretarias de educação e professores façam suas escolhas.

O trecho que gerou tantas polêmicas faz parte do capítulo “Escrever é diferente de falar”. No tópico denominado “concordância entre palavras”, os autores discutem a existência de variedades do português falado que admitem que substantivo e adjetivo não sejam flexionados para concordar com um artigo no plural.

Não a abordagem da obra por considerar que cabe à escola ensinar regras, mas sua função mais nobre é disseminar conhecimentos científicos e senso crítico, para que as pessoas possam saber por que e quando usá-las.

Não podemos defender o uso da linguagem errada, devemos sim de imediato corrigir apartir da infância. Em se tratando da EJA, devemos corrigir imediatamente fazendo aquela abordagem que só os professores e professoras da EJA sabem fazer, e ponto final.

E agora o MEC quer colocar nas escolas no 2º semestre, uns videos fazendo apologia ao homosexualismo, não sou homofobico, aceito as diferenças tranquilamente mais acontece que não posso de maneira nenhuma incentivar meus alunos a serem viados, baitolas, boiolas, bichas ou serem sapatão, sabueira isso é da individualidade de cada um, e nem tão pouco fazer como aquele debochado que na defesa do video sacanagem faz comentários, afirmando "E PRA VER ATE ONDE VAI A LINGUA ...."

Agora, vejo essa parafernália que está sendo mostrada de uma forma um tanto quanto sensacionalista, será que isso não é uma forma de liciamento? É preciso ter muita ponderação nessa questão, até que ponto é uma situação real e até que ponto é um modismo. Mostrar um video assim para alunos será que e´cópia de novela da globo que mostra em todas as novelas de uns tempo pra cá um exercito de GAYs´[e uma faca de dois cumes, tanto podo conscientizar da existência e despertar a necessidade de se respeitar, como pode aflorar ainda mais a discriminação. A meu ver, tudo precisa ser decidido com parcimônia...para um resultado eficaz.

Na escola em que trabalho aceitarei tranquilamente a orientação os videos e tudo o que o MEC mandar. E logo em seguida faço um ato civico chamo a comunidade estudantil e os moradores entorno da escola e faço uma bela fogueira e ateo fogo. E nosso "TÔ PAGANDO"

Que tal ir à escola para aprender que pode falar e escrever errado e aprender boiolagem e sabuagem?

O MEC faliu e ninguem viu? OLHA O ENEN AI GENTE.

dedico a minha fiel seguidora que tanto pede para que eu seja lacônico.

domingo, 22 de maio de 2011

MAIO ESSE É O MÊS QUE DEUS ME PRESENTEOU PARA NASCER

Um fanático religioso aqui por essas bandas passou 5 anos anunciando que o arrebatamento e fazendo previsão apocalíptica, que o mundo iria acabar no dia 13 de maio de 1973.

Um de meus irmãos (O CARECA) disse aos meus pais que não iria mais estudar já que "o mundo iria acabar", levou uma surra, passou o dia fatidico e ele hoje e um feliz aposentado cuidando de seus animais lá em Tailândia do Norte.

O FIM DO MUNDO NÃO ACONTECE E O ASSUNTO VIRA PIADA

Depois de meses de alertas e medo, o Dia do Arrebatamento, o Juízo Final, conforme previsão apocalíptica do apresentador de rádio e televisão americano Harold Camping, passou sem pânico. Para milhares de pessoas que acompanharam as pregações religiosas de Camping, o céu decidiu esperar.

Não há registro de quaisquer fenômenos sobrenaturais que possam sugerir o julgamento final. Jim Brenneman, cartunista e jornalista da rede norte-americana CNN, em Nova York, chegou a desejar um "Feliz Apocalipse para todos", mas "o mundo continua aí".

"O Dia do Arrebatamento passou, o mundo ainda está aqui", estampou em manchete, na Austrália, o jornal Sydney Morning Herald. No Twitter, o microblog da internet, as piadas invadiram a rede. "Pare de se preocupar com o fim do mundo hoje. Já é amanhã na Austrália", escreveram os tuiteiros. Na Ásia, também nenhum sinal do fim do mundo pôde ser notado.

Depois do prazo expirado em Londres sem qualquer perturbação, pessoas foram para o Twitter para compartilhar sentimentos sobre a profecia não cumprida. "Aparentemente, o arrebatamento está preso em um trem em algum lugar ao norte de Londres", diz um dos posts.

A emissora de rádio cristã de Harold Camping, 89 anos, previu que o arrebatamento teria lugar no dia 21 de maio de 2011, às 6 horas da tarde com base em cada fuso horário. Entre os seus seguidores na Costa Oeste está a família de Adrienne Martinez, 27, que decidiu não entrar na Faculdade de Medicina depois que ela ouviu a Camping na Family Radio. Martinez e seu marido, Joel, deixaram seus empregos e se mudaram de Nova York para Orlando para passar o suposto último ano que eles passariam aqui na Terra lendo a Bíblia, distribuindo panfletos e passando o tempo com sua filha de dois anos. "Nós orçamos tudo para que, em 21 de maio, não tenhamos deixado nada," disse Adrienne.

Camping vive em Oakland, Califórnia, e não falou sobre a profecia fracassada. Como dizia o compositor brasileiro Assis Valente, "anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar... E o tal do mundo não se acabou".

sexta-feira, 20 de maio de 2011

REVOLTADO

Dia 21 de abril é feriado, dia de Tiradentes. Um herói nacional que liderou uma revolta contra a cobrança excessiva de impostos pela coroa portuguesa. Já imaginou se Tiradentes fosse vivo? Com certeza estaria revoltado, porque nós continuamos pagando muito imposto.

O caso do vendedor de mariscos Ricardo Monteiro da Silva, de 24 anos, que foi incluído na folha de pagamento da Alepa como laranja. O contracheque emitido em nome dele, o vendedor aparece com cargo de técnico legislativo, salário de R$ 15,7 mil e nomeação no ano de 1988, período em que tinha apenas um ano de idade. Zenaldo foi informado que Ricardo não foi nomeado naquele ano, mas posteriormente, e que o nome do vendedor foi usado na matrícula de outra servidora. O ex-parlamentar queria saber se existe alguma denúncia contra ele, mas os promotores disseram que as investigações ainda estão em curso.

E´ meus amigos e nós pagando imposto excessivo. Pra quwe pagar imposto se tudo que precisamos temos que pagar? segurança privada, plano de saúde, escola particular.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

GRECIA ANTIGA

Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever, em seu período clássico antigo, o mundo grego e áreas próximas (tais como Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outros países —; como o Egito).

Não existe uma data fixa ou sequer acordo quanto ao período em que se iniciou e terminou a Grécia Antiga. O uso comum situa toda história grega anterior ao império romano como pertencente a esse período, mas os historiadores, usam o termo Grécia Antiga de modo mais preciso. Alguns escritores, incluem o período minóico e o período micênico (entre 1600 e 1100 a.C.) dentro da Grécia Antiga, enquanto que outros, argumentam que essas civilizações eram tão diferentes das culturas gregas posteriores que, mesmo falando grego, devem ser classificadas à parte.

Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde os primeiros Jogos Olímpicos em 776 a.C. (alguns historiadores estendem o começo para 1000 a.C.) até à morte de Alexandre, o Grande em 323 a.C. O período seguinte é o do helenismo.

Estas datas são convenções dos historiadores e alguns autores, chegam mesmo a considerar a Grécia Antiga como um período presente até o advento do cristianismo, no terceiro século da era cristã. Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade. Nunca chamaram a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos.

Geografia

O antigo mundo grego, por volta de 550 a.C..A área ocupada pela antiga civilização grega não se identifica completamente com a área da Grécia contemporânea. Além disso, não existiu um estado politicamente unificado entre os Gregos antigos.

Situada na porção sul da Península Balcânica, o território da Grécia continental caracteriza-se pelo seu relevo montanhoso. A cordilheira dominante é a dos Montes Pindo que separa a costa oriental, banhada pelo mar Egeu, da costa ocidental, banhada pelo mar Adriático.

Na Grécia central, entre o golfo de Corinto e o mar da Eubéia, situa-se a Beócia, cuja principal cidade na antiguidade era Tebas. Os Montes Citéron separavam a Beócia da península da Ática, onde se encontram as cadeias do Himeto, do Pentélico e do Parnes.

No Peloponeso distinguiam-se também várias regiões. Ao centro, situa-se a Arcádia, uma planície rodeada por montanhas. A Lacônia situa-se na região sudeste, compreendendo o vale do Rio Eurotas, delimitado a oeste pelo Monte Taígeto e a oriente pelo Monte Párnon. No sudoeste do Peloponeso está a Messénia.

Grécia insular. No mar Egeu encontram-se várias ilhas, que recebem o nome genérico de Espórades. As Espórades compreendem dois grupos, o das ilhas do norte e as ilhas do sul. As Cíclades, que receberam esta designação por se disporem em círculo em torno da ilha de Delos, são ilhas de pequena dimensão. Do grupo de ilhas do Dodecaneso (Dhodhekánisos, "doze ilhas", apesar de serem cerca de 160), destaca-se a ilha de Rodes.

História da Grécia

O Partenon, na Acrópole de Atenas.Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas, com início no terceiro milénio a.C.. Entre os invasores, merecem destaque os pioneiros: os aqueus, os jônicos, os dóricos e os eólios — todos indo-arianos provenientes da Europa Oriental. As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se, no que concerne à mítica, na crença de que descendiam do heroi Heleno, filho de Deucalião e Pirra.A última das invasões foi a dos dóricos, já em fins do segundo milénio a.C..

Períodos Pré-Homérico (1900-1100 a.C) — Período antes da formação do homem grego e da chegada cretense e fenícia. Nessa época, estavam se desenvolvendo as civilizações Cretense ou Minóica (ilha de Creta) e a Micênica.

Homérico (1100-700 a.C) — Quando acontece a chegada de Homero, que foi considerado um marco na história por suas obras, Odisséia e Ilíada. Período que iniciou a ruralização e comunidade gentílica (comunidade na qual um ajuda o outro na produção e colheita). Só plantavam o que iriam consumir (quando a terra não estava fértil saíam em busca de terra).

Obscuro (1150-800 a.C.) — Chegada dos aqueus, dóricos, eólios e jônicos; formação dos génos; ausência da escrita.

Arcaico (800-500 a.C.) — Formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho, do comércio, da indústria e processo de urbanização. É neste período onde os vários modelos das pólis vão se constituindo, definindo assim a estrutura interna de cada cidade-Estado.

Clássico (500-338 a.C.) — O período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível. As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso outras cidades muito importantes foram Tebas,Missena Corinto e Siracusa. Neste momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos (Guerras Médicas) e interno (Guerra do Peloponeso).

Helenístico (338-146 a.C.) — Crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde a outras culturas.

Civilização minóica

Pintura mural em Cnossos.A civilização minóica foi uma civilização existente nas ilhas do mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilização foi descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.

A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da Ásia Menor. Os Minóicos tiveram como principal atividade económica o comércio e criaram uma civilização que tinha em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas.

Os Minóicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.

Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os Minóicos prosperaram até 1400 a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micénicos.

Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minóica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.

Civilização micênica

Máscara funerária da civilização micénica (Máscara de Agamemnon).Os Minóicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos Micénicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome "micénico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micénicos se chamariam a si próprios Aqueus. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.

Os Micénicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos Minóicos o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos.

Para além de praticarem o comércio, os Micénicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os Micénicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.

Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do reino hitita no Próximo Oriente, que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas. É provável que a destruição da cidade de Tróia, fato que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.

Idade das Trevas

Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 a.C. e 750 a.C.. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objectos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.

Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exatas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.

Período Arcaico

Antiga moeda ateniense do século V a.C., representando a cabeça da deusa Atena e de uma coruja no verso.O Período Arcaico tem como balizas temporais tradicionais a data de 776 a.C., ano da realização dos primeiros Jogos Olímpicos, e 480 a.C., data da Batalha de Salamina. A Grécia era ainda dividida em pequenas províncias com autonomia, em razão das condições topográficas da região: cada planície, vale ou ilha é isolada de outra por cadeias de montanhas ou pelo oceano.

A origem das cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados ghené (ghenos, no singular). Os ghené eram essencialmente comunidades tribais que cultuavam seus deuses (politeísmo) na acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos ghené agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.

Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terras cultiváveis. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do ghené, considerando-se os melhores — aristoi, em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do ghené.

Essas transformações sociais estavam na origem da formação da pólis, a cidade grega. A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por nova casa.

São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura.

As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os aristoi, também conhecidos por eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-íam, mais tarde, ao comércio; eram chamados de thetas, marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de portos estratégicos para as rotas de navegação.

A Hélade começa a dominar lingüística e culturalmente uma área maior do que o limite geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de governo, leis, calendário e moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.

Consequências da colonização

Cidades e colônias gregas por volta de 550 a.C..Socialmente, a colonização do mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos.Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.

As evidências arquelógicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das área do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou 5 vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados). A expectativa de vida aumentou em vários anos assim como a altura média. A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no século IV a.C.. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada com as economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, os países baixos do século XVII e a Inglaterra do século XVIII. Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. Outras cidades permaneceram relativamente igualitárias na distribuição das terras, em Atenas é estimado que entre 7,5-9% dos cidadãos, o grupo abastado, fossem proprietários de 30-35% de todas as terras, e 20% dos cidadãos tinham pouca ou nenhuma terra e os restantes 70-75% dos cidadãos eram proprietários de 60-65% das terras, uma distribuição com índice Gini menor do que a renda dos EUA hoje e comparável à distribuição de renda de Portugal.

Período Clássico,Guerras Medo-Persas História (ocidente)
Pré-História Idade da Pedra Paleolítico
Mesolítico
Neolítico
Idade dos Metais Idade do Cobre
Idade do Bronze
Idade do Ferro
Idade Antiga Antiguidade Oriental
Antiguidade clássica
Antiguidade tardia
Idade Média Alta Idade Média
Baixa Idade Média
Idade Média Plena
Idade Média Tardia
século XV
Idade Moderna
século XVI
século XVII
século XVIII
Idade Contemporânea
século XIX
século XX
século XXI

O Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas Pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).

Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).

Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.

Dario prepara a desforra, mas falece em a.C.485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C. Perante a invasão, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Platéias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.

Guerra do Peloponeso

Liga de Delos (Império ateniense) depois da Guerra do Peloponeso em 431 a.C..Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.

Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secessão da Liga como um ato de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.

As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Córcira, ilha do mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto.

Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adotam a estratégia proposta por Péricles, que advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em Anfípolis. Na batalha morrem o general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis continuam a combater, não diretamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.

Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.

Ascensão da Macedónia

Filipe II da Macedónia.O reino da Macedónia, situado a norte da Grécia, emerge em meados do século IV a.C. como nova potência. Os macedónios que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.

Durante o reinado de Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opõem aos Macedónios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar pela invasão de 480 a.C. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.

Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, marchando até à Índia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de malária.) na Babilónia em 323 a.C.

Período Helenístico: Helenismo

Após a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do império. As cidades gregas aproveitam a situação para se livrarem do domínio macedónio, mas foram subjugadas por Antípatro na Guerra Lamíaca (323-322 a.C).

Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o império sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vários reinos que seguiriam percursos diferentes: Antígono fundou um reino que compreendia a Macedónia, a Grécia e partes da Ásia Menor; Seleuco, estabeleceu um vasto reino que ia da Babilónia ao Afeganistão e Ptolemeu torna-se rei do Egipto.

Sociedade e organização política. São inúmeras as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de cidades-estado independentes entre si, com características próprias embora a maioria das cidades-estado tivessem seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.

A cidade-estado grega

Acrópole de Atenas com o Partenon no topo. Atenas foi uma das mais influentes e importantes cidades-estado grega.Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado.

De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre algumas centenas de quilômetros quadrados e 10.000 km². Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2.500 km², Siracusa tinha 5.500 km² e Esparta se estendia por 7.500 km². A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego akrós, alta e pólis, cidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveiras, videiras, trigo, cevada e criação de rebanhos de cabras, ovelhas, porcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. É estimado que Atenas importava 2/3 à 3/4[10] de seus alimentos e exportava azeite, chumbo, prata, bronze, cerâmica e vinho. No mundo grego encontramos muitas pólis, dentre as mais famosas, temos Messênia, Tebas, Mégara e Erétria. É estimado que seu número tenha chegado a mais de mil no século IV a.C.

A maioria das cidades-estado gregas era pequena, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., essas cidades eram Atenas, com estimados 170 mil habitantes em sua área urbana, Siracusa, com aproximadamente 125 mil habitantes. Esparta tinha apenas 40 mil habitantes.em sua área urbana, sendo uma cidade-estado pouco urbanizada em relação às outras.

Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os séculos V e IV a.C. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das importações e exportações das cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de dracmas áticos, valor duas ou três vezes superior ao orçamento do Império Persa na mesma época.

Esparta

A Grécia Antiga

Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).

Educação em Atenas. Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.

Os meninos, quando ainda pequenos - aos sete anos de idade -, já começavam suas instruções na escola e em suas próprias casas. O Pedagogo - um escravo especial - eram escolhidos a orientá-los. Antigos poetas como Homero eram citados em suas aprendizagens.

Jogos Olímpicos antigos

Estádio em Olímpia, Grécia.Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Arte da Grécia Antiga

Busto de Zeus, em Otricoli (Sala Rotonda, Museu Pio-Clementino, Vaticano).Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

Religião na Grécia Antiga

A mais alta montanha da Grécia, o Monte Olimpo, onde os gregos antigos acreditavam ser a morada dos Doze Deuses.Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (Hércules, Teseu, Perseu, Édipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica Mitologia.

Normalmente, as cerimônias públicas, mesmo de cunho político, eram antecedidas por práticas religiosas, o que reflete a importância da religião entre os gregos antigos. Mas essa religião foi superada pela Filosofia.

Apesar da autonomia política das cidades-estados, os gregos estavam unificados em termos religiosos. Entre as divindades cultuadas estavam: Zeus (senhor dos deuses), Hades (deus do mundo inferior), Deméter (deusa da terra), Posídon (deus do mar), Afrodite (deusa do amor), Apolo (deus da luz e das artes), Dionísio (deus do vinho), Atena (deusa da sabedoria), Artêmis (deusa da caça), Hermes (deus das comunicações), Hera (protetora das mulheres) e muitas outras.

Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.

Outro fato muito interessante era a existência dos homogloditas, um pequeno povo que vivia nas áreas litoranas do rio mediterrâneo, eles utilizavam a argila para a construção de estatuetas como uma oferenda aos deuses gregos, geralmente ao Dionísio, deus da humildade e da realeza.

A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.

Eugenia é um termo cunhado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido". Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. Em outras palavras, melhoramento genético. O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de pureza racial, a qual culminou no Holocausto. Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas atualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana.

Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não-aptas para a reprodução. Do ponto de vista do debate científico, a eugenia foi derrotada pelo argumento da genética mendeliana.

História

Sir Francis Galton iniciou o desenvolvimento de ideias sobre eugenia a partir de estatísticas sociais.Já na Grécia antiga, Platão descrevia, em República, a sociedade humana se aperfeiçoando por processos seletivos (sem falar que em Esparta já se praticava a eugenia frente aos recém-nascidos, já que não existiam pré-natais, abortivos eficientes, eutanásia e afins), já conhecidos na época. Modernamente, uma das primeiras descrições sobre a eugenia foram feitas pelo cientista inglês Francis Galton.


GRÉCIA ANTIGA EXERCITANDO

A História da Grécia tradicionalmente compreende o estudo dos gregos, as áreas por eles governadas e o território da atual Grécia. O âmbito da habitação e governo do povo grego sofreu várias mudanças através dos anos e, como conseqüência, a história da Grécia reflete essa elasticidade. Cada era, cada período, tem suas próprias esferas de interesse.

Os primeiros gregos chegaram na Europa pouco antes de 1.500 a.C., e durante seu apogeu, a civilização grega governara tudo o que se incluía entre a Grécia, o Egito e o Hindu Kush. Os gregos estabeleceram tradições de justiça e liberdade individual, que viriam a se estabelecer como as bases da democracia contemporânea. A sua arte, filosofia e ciência tornaram-se fundamentos do pensamento e da cultura ocidentais. Os gregos da antigüidade chamavam a si próprios de helenos (todos que falavam grego, mesmo que não vivessem na Grécia), e davam o nome de Hélade a sua terra. Os que não falavam grego eram chamados de bárbaros. Os dórios fundaram Esparta e o jônios fundaram Atenas. Durante a antigüidade, nunca chegaram a formar um governo nacional, ainda que estivessem unidos pela mesma cultura, religião e língua.

1ª) Diante do texto e das P.P. do livro.

a) Cronologia referencial para o início da história da humanidade, a que se refere cada período, qual o marco importante de cada época.


IDADE ANTIGA:


IDADE MÉDIA:


IDADE MODERNA:


IDADE CONTEMPORÂNEA:


b) Elabore a pirâmide social de Esparta e Atenas.

c) Qual a maior batalha terrestre entre Esparta e Atenas.
Resp.

d) Qual o povo que fundou Esparta?


e) Qual o povo que fundou Atenas?




1ª) Elabore a pirâmide social de ATENAS e ESPARTA estabelecendo as classe sociai(estamentos).

a) ATENAS b) ESPARTA




c) Qual o povo que deu origem a Esparta?



d) Diga qual século se refere os anos abaixo.
1860- 2010-
1671- 1542-

e) Por que aconteceu a guerra do Peloponeso?

terça-feira, 17 de maio de 2011

DESSA VEZ A VACA VAI PARAR NO BREJO

“Por uma Vida Melhor”, de autoria de Heloísa Ramos, afirma que o uso da língua popular - ainda que com seus erros gramaticais - é válido na tentativa de estabelecer comunicação. Também lembra que, caso deixem de usar a norma culta, os alunos podem sofrer “preconceito linguístico”. “Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar os livro?’. Claro que pode”, diz um trecho. “Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas”.

O MEC arca com as despesas dos livros, claro! nosso dinheiro.

"nós vai, nós fica, e´nós na fita, os pessoal foram ....."

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cabanagem

A denominação "Cabanagem" remete ao tipo de habitação da população ribeirinha, espécie de cabanas, constituída por mestiços, escravos libertos e indígenas.

Cabanos invadindo e ocupando a cidade de Belém (1835)

Introdução

A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual estado do Pará). Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos era formada por pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da região. Estas pessoas eram chamadas de cabanos.

Contexto histórico

Após a independência do Brasil, a província do Grão-Pará mobilizou-se para expulsar as forças reacionárias que pretendiam manter a região como colônia de Portugal. Nessa luta, que se arrastou por vários anos, destacaram-se as figuras do cônego e jornalista João Batista Gonçalves Campos, dos irmãos Vinagre e do fazendeiro Félix Clemente Malcher. Formaram-se diversos mocambos de escravos foragidos e eram frequentes as rebeliões militares. Terminada a luta pela independência e instalado o governo provincial, os líderes locais foram marginalizados do poder. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora com melhores condições, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.

Em julho de 1831 estourou uma rebelião na guarnição militar de Belém do Pará, tendo Batista Campos sido preso como uma das lideranças implicadas. A indignação do povo cresceu, e em 1833 já se falava em criar uma federação. O presidente da província, Bernardo Lobo de Sousa, desencadeou uma política repressora, na tentativa de conter os inconformados. O clímax foi atingido em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Pará, Romualdo de Sousa Coelho, criticando alguns políticos da província. Por não ter sido autorizada pelo governo da Província, o cônego foi perseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher. Reunindo-se aos irmãos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antônio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim reuniram um contingente de rebeldes na fazenda de Malcher. Antes de serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 de novembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher e outros rebeldes. Batista Campos morreu no último dia do ano, ao que tudo indica de uma infecção causada por um corte que sofreu ao fazer a barba.

O movimento
Eduardo Angelim, um dos líderes da revolta.Em 6 de janeiro de 1835, liderados por Antônio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros e índios) tomaram de assalto o quartel e o palácio do governo de Belém, nomeando Félix Antonio Clemente Malcher presidente do Grão-Pará. Os cabanos, em menos de um dia, atacaram e conquistaram a cidade de Belém, assassinando o presidente Lobo de Souza e o Comandante das Armas, e apoderando-se de uma grande quantidade de material bélico. No dia 7, Clemente Malcher foi libertado e escolhido como presidente da província e Francisco Vinagre para Comandante das Armas. O governo cabano não durou muito tempo, pois o novo presidente, Félix Malcher - tenente-coronel, latifundiário e dono de engenhos de açúcar - era mais identificado com os interesses do grupo dominante derrotado, e é deposto em 19 de fevereiro de 1835, com o apoio das classes dominantes, que pretendiam manter a província unida ao Império do Brasil.

Francisco Vinagre, Eduardo Angelim e os cabanos pretendiam se separar. O rompimento aconteceu quando Malcher mandou prender Angelim. As tropas dos dois lados entraram em conflito, saindo vitoriosas as de Francisco Vinagre. Clemente Malcher, assassinado, teve o seu cadáver arrastado pelas ruas de Belém.

Agora na presidência e no Comando das Armas da Província, Francisco Vinagre não se manteve fiel aos cabanos. Se não fosse a intervenção de seu irmão Antônio, teria entregue o governo ao poder imperial, na pessoa do marechal Manuel Jorge Rodrigues (julho de 1835). Devido à sua fraqueza e ao reforço de uma esquadra comandada pelo almirante inglês Taylor, os cabanos foram derrotados e se retiraram para o interior. Reorganizando suas forças, os cabanos atacaram Belém, em 14 de agosto. Após nove dias de batalha, mesmo com a morte de Antônio Vinagre, os cabanos retomaram a capital.

Eduardo Angelim assumiu a presidência. Durante dez meses, a elite se viu atemorizada pelo controle cabano sobre a província do Grão-Pará. A falta de um projeto com medidas concretas para a consolidação do governo rebelde, provocaram seu enfraquecimento. Diante da vitória das forças de Angelim, o império reagiu e nomeou, em março de 1836, o brigadeiro Francisco José de Sousa Soares de Andréa como novo presidente do Grão-Pará, autorizando a guerra total contra os cabanos. Em fevereiro, quatro navios de guerra se aproximavam de Belém, prontos para atacar a cidade, tomada pela desordem, fome e varíola. No dia 13 de maio de 1836, o brigadeiro d'Andrea estacionou sua esquadra em frente a Belém e bombardeou impiedosamente a cidade. Os cabanos insurgentes escapavam pelos igarapés em pequenas canoas, enquanto Eduardo Angelim e alguns líderes negociavam a fuga.

O brigadeiro d'Andrea, entretanto, julgando que Angelim, mesmo foragido, seria uma ameaça, determinou que seus homens fossem ao seu encalço. Em outubro de 1836, numa tapera da selva, ao lado de sua mulher, Angelim foi capturado, tornado prisioneiro na fortaleza da Barra, até seguir para o Rio de Janeiro. A Cabanagem, porém, não acabou com a prisão de Eduardo Angelim. Os cabanos, internados na selva, lutaram até 1840, até serem completamente exterminados (nações indígenas foram chacinadas; os murá e os mauê praticamente desapareceram).

Calcula-se que de 30 a 40% de uma população estimada de 100 mil habitantes morreu. Em 1833 o Grão-Pará tinha 119.877 habitantes; 32.751 eram índios e 29.977, negros escravos. A maioria mestiça ("cruzamento" de índios, negros e brancos) chegava a 42 mil. A minoria totalizava 15 mil brancos, dos quais mais da metade eram portugueses.

Em homenagem ao movimento Cabano foi erguido um monumento, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na entrada da cidade de Belém: o Memorial da Cabanagem.


No início do Período Regencial, a situação da população pobre do Grão-Pará era péssima. Mestiços e índios de diversas tribos a exemplo dos tapuios viviam na miséria total. Sem trabalho e sem condições adequadas de vida, os cabanos sofriam em suas pobres cabanas às margens dos rios. Esta situação provocou o sentimento de abandono com relação ao governo central e, ao mesmo tempo, muita revolta.

Os comerciantes e fazendeiros da região também estavam descontentes, pois o governo regencial havia nomeado para a província um presidente que não agradava a elite local. Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.



Causas e objetivos

Embora por causas diferentes, os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) se uniram contra o governo regencial nesta revolta. Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.

O objetivo principal era a conquista da independência da província do Grão-Pará.

Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho, moradia, comida). Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província.

De cunho popular, contou com a participação de elementos das camadas média e alta da região, entre os quais se destacam os nomes do padre João Batista Gonçalves Campos, do jornalista Vicente Ferreira Lavor Papagaio.


Revolta

Com início em 1835, a Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os cabanos e as tropas do governo central. As estimativas feitas por historiadores apontam que cerca de 30 mil ou 40 mil pessoas morreram durante os cinco anos de combates e a população de Belem beirava os 100 mil habitantes.

No ano de 1835, os cabanos ocuparam a cidade de Belém (capital da província) e colocaram na presidência da província Félix Malcher. Fazendeiro, Malcher fez acordos com o governo regencial, traindo o movimento. Revoltados, os cabanos mataram Malcher e colocaram no lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo Angelim).

Contanto com o apoio inclusive de tropas de mercenários europeus, o governo central brasileiro usou toda a força para reprimir a revolta que ganhava cada vez mais força.

Fim da revolta

Após cinco anos de sangrentos combates, o governo regencial conseguiu reprimir a revolta. Em 1840, muitos cabanos tinham sido presos ou mortos em combates. A revolta terminou sem que os cabanos conseguissem atingir seus objetivos.

AOS ALUNOS DA EJA TARDE GONDIM LINS

Escravidão no Brasil faça um resumo contextualizado

Escravidão no Brasil

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Os porões de um navio negreiro


História da Escravidão: Introdução

Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América.

Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e idéias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.

Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História.

Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.

Escravidão no Brasil

No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.

O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.

Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.

Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.

As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.

No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.

O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.

Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura

A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.

Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.

Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.

A vida dos negros após a abolição da escravidão

Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.





Generalidades

A escravidão, também conhecida como escravismo ou escravatura, foi a forma de relação social de produção adotada, de uma forma geral, no Brasil desde o período colonial até o final do Império. A escravidão no Brasil é marcada principalmente pelo uso de escravos vindos do continente africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas também foram vítimas desse processo. A escravidão indígena foi abolida oficialmente por Marquês do Pombal, no final do século XVIII.

Os escravos foram utilizados principalmente na agricultura – com destaque para a atividade açucareira – e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e/ou urbanos.

A escravidão só foi oficialmente abolida no Brasil com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. No entanto, o trabalho compulsório e o tráfico de pessoas permanecem existindo no Brasil atual, a chamada escravidão moderna, que difere substancialmente da anterior.



Os índios e o surgimento da escravidão no BrasilNão é possível entender o Brasil sem antes entender a escravidão no Brasil, já disse uma grande estudiosa do tema. Antes da chegada dos portugueses a escravatura não era praticada no Brasil. Há grande dificuldade em se analisar a sociedade e os costumes indígenas devido à diferença entre a nossa cultura e a dos índios, e ainda hoje existem fortes preconceitos em torno da temática, sem contar a falta de dados, da diversidade de documentos escritos e da dificuldade de se obtê-los. Os europeus, quando aqui chegaram, encontraram uma população bastante parecida em termos culturais e linguísticos. Esses indígenas se encontravam espalhados pela costa e pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai. Não obstante a semelhança de cultura e língua, podemos distinguir os indígenas em dois grandes blocos: os tupis-guaranis e os tapuias. Os tupis-guaranis se localizavam numa extensão que vai do litoral do Ceará até o Rio Grande do Sul. Os tupis ou tupinambás dominavam a faixa litorânea do norte até a Cananeia, no sul do atual Estado de São Paulo; os guaranis, na bacia do Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananeia e extremo sul do Brasil de anos mais tarde. Em alguns pontos do litoral, outros grupos menores dominavam. Era o caso dos goitacases, na foz do rio Paraíba, e pelos aimorés no sul da Bahia e norte do Espírito Santo ou ainda pelos tremembés no litoral entre o Ceará e o Maranhão. Esses outros grupos eram chamados de tapuias pelos tupis-guaranis, pois falavam outra língua.

Entre as tribos indígenas, além das atividades como a caça, a coleta de frutas, a pesca e, é claro, a agricultura, havia também guerras e capturas de inimigos. Para a agricultura usavam a terra até seu esgotamento relativo. Depois se mudavam definitiva ou temporariamente para outras áreas. A derrubada de árvores e as queimadas eram um modo costumeiro de preparar a terra para a lavoura e essa técnica foi incorporada mais tarde pelos colonizadores. Plantavam feijão, milho, abóbora e especialmente mandioca da qual faziam a farinha, que se tornou um alimento básico no Brasil a partir do período colonial. A economia era destinada ao consumo próprio, sendo basicamente de subsistência, e cada aldeia produzia apenas para suprir suas próprias necessidades, havendo assim pouca troca de mercadorias entre aldeias. Mas existiam, sim, contato entre as aldeias para a troca de mulheres e de bens de luxo, como penas de tucano e de pedras para se fazer botoque. Dessas trocas nasciam alianças entre as tribos, que se viam obrigadas a lutar uma ao lado da outra quando qualquer delas fosse atacada. Daí nasceram as guerras entre as tribos e a captura de índios e inimigos de uma mesma tribo.

É bom não confundir o simples apresamento de inimigos com escravização, que é mais complexa. Tais inimigos, quando capturados, recebiam um tratamento diferenciado, eram bem alimentados, às vezes andando livremente pela tribo e ajudando na caça e, inclusive, obtendo da tribo, consentidamente, favores sexuais das índias. Isso se prolongava até chegar o dia em que eram mortos em meio à celebração de um ritual canibalístico, cujo costume se baseava na crença de que a bravura do guerreiro inimigo passaria ao vencedor quando este se alimentasse da carne daquele outro bravo guerreiro. Toda a tribo participava desse ritual e cabia a cada parcela da tribo (crianças, mulheres, guerreiros e velhos) uma parte específica do corpo do adversário vencido. O movimento artístico de 1922, chamado Movimento Antropofágico, tinha como base tais princípios. Com a chegada dos portugueses os índios seus aliados passam a vender muitos dos seus prisioneiros em troca de mercadorias. Este comércio era chamado de resgates. No entanto, só podiam ser resgatados os índios de corda, aqueles que eram prisioneiros ou escravos capturados nas guerras tribais e que iriam ser devorados; e os índios capturados nas guerras justas, operações militares organizadas pelos colonos ou pela coroa.

A lei de 1610 decreta que o índio assim resgatado só poderia ficar escravizado por 10 anos. Esta lei foi alterada em 1626 para que os índios pudessem ser escravizados por toda a vida. Em 1655 uma nova lei proibia fazer guerra contra os índios sem ordem do rei e impedia qualquer tipo de violência contra eles. Os índios convertidos ao cristianismo não poderiam servir os colonos mais tempo do que o regulamentado pela lei, deveriam viver livres dirigidos pelos seus chefes e padres da companhia. Estas regulamentações desagradaram os colonos que, em 1661, repetidamente se amotinaram em protesto.

Durante o período pré-colonial (1500 – 1530), os portugueses desenvolveram a atividade de exploração do pau-brasil, árvore abundante na Mata Atlântica naquele período. A exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que as florestas estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os portugueses desenvolveram um tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em troca de mercadorias europeias baratas e desconhecidas, como espelho e pedaços de pano, os índios extraíam e transportavam a valiosa madeira para os portugueses até o litoral.

A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo de vida indígena, com elementos desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da antropofagia, os colonos passam então a alimentar uma certa desconfiança em relação aos índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos tentam submetê-los à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao trabalho compulsório nas lavouras, já que não dispunham de mão-de-obra.

A escravidão no Brasil segue assim paralelamente ao processo de desterritorialização sofrido por estes. Diante dessa situação, os nativos só tinham dois caminhos a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.

Houve reações em alguns os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Essa reação indígena contra a dominação portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas desconheciam a hierarquia e, consequentemente, não aceitavam o trabalho compulsório.[carece de fontes?] Antes dos estudos etnográficos mais profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que os índios eram simplesmente "inaptos" ao trabalho, tese que não se sustenta depois de pesquisas antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.[carece de fontes?]

Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em decorrência dos maus-tratos recebidos dos colonos, mas também em decorrência de doenças que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças venéreas e a varíola e mais tarde pelos escravos africanos.

Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-de-obra em outro lugar: no continente africano. Essa busca por escravos na África foram incentivados por diversos motivos. Os portugueses, reinóis e colonos, tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova colônia, e a resposta estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, por sua vez, exigia numerosa mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico negreiro africanos foi a alternativa descoberta, iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a escravidão dos índios perdura até meados do século XVIII. Os negros vinham em navios negreiros da África do Sul. Eram escravos. Sofriam castigos físicos, eram apartados definitivamente de seus familiares.

[editar] A escravização indígena e africana - o lucrativo tráfico negreiroVer artigo principal: Tráfico de escravos para o Brasil
Eram mais valorizados, para os trabalhos na agricultura, os negros Bantos ou Benguela ou Bangela ou do Congo, provenientes do sul da África, especialmente de Angola e Moçambique, e tinham menos valor os vindo do centro oeste da África, os negros Mina ou da Guiné, que receberam este nome por serem embarcados no porto de São Jorge de Mina, na atual cidade de Elmina, e eram mais aptos para a mineração, trabalho o qual já se dedicavam na África Ocidental. Por ser a Bahia mais próxima da Costa da Guiné (África Ocidental) do que de Angola, a maioria dos negros baianos são Minas.

Como eram vistos como mercadorias, ou mesmo como animais, eram avaliados fisicamente, sendo melhor avaliados, e tinham preço mais elevado, os escravos que tinham dentes bons, canelas finas, quadril estreito e calcanhares altos, numa visão que valorizava o físico e as habilidades.

Em São Paulo, até ao final do século XVII, quase não se encontravam negros, dado a pobreza de sua população que não dispunha de recursos financeiros para adquirirem escravos africanos, e os documentos da época que usavam o termo "negros da terra" referiam-se na verdade aos índios, os quais não eram objeto de compra e venda, só de aprisionamento, sendo proibido inclusive que se fixasse valor para eles nos inventários de bens de falecidos.


"Família de um chefe camacã se prepara para uma festa", de Jean Baptiste Debret - Os índios foram os primeiros escravos no Brasil.
Recibo de compra e venda de escravos. Rio de Janeiro, 1851.A escravidão ameríndia foi a principal forma de obtenção de escravos pelos europeus após a descoberta da América. A partir de 1530, com a colonização portuguesa tomando forma, a razão de ser do Brasil passou a ser a de fornecer aos mercados europeus gêneros alimentícios ou minérios de grande importância. A metrópole portuguesa passou a incentivar um comércio que tinha suas bases em alguns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentadas na grande propriedade. Assim, por causa da decisão lusitana em exportar poucos produtos tropicais em grande escala para a Europa, nasceu em Portugal uma justificativa para a existência do latifúndio no Brasil. Após a captura, os índios eram forçados a executar um duro trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, onde eram supervisionados, explorados e maltratados. Os portugueses que vinham para o Brasil não desejavam executar o trabalho que a produção de açúcar exigia. Isso se explica em parte porque a tradição católica e ibérica desprezava o trabalho manual, considerando-o como "coisa de escravo". Os índios capturados nas guerras tribais também começaram a ser vendidos aos colonos em vez de permanecerem escravos na aldeia do seu captor.

Os índios sofreram violência cultural, epidemias e mortes. Eles eram difíceis de escravizar por vários motivos. Um desses era a incompatibilidade com um trabalho intensivo, regular e obrigatório, como pretendidos pelos europeus. Não eram vadios ou preguiçosos, apenas faziam o que era necessário à sua sobrevivência. Nada difícil em épocas de abundância de peixes, frutas e animais. Eles empregavam grande parte de sua energia nos rituais e nas guerras. Noções como a de produtividade eram estranhas ao entendimento deles. Outras formas de resistência foram as fugas, a guerra e a recusa ao trabalho compulsório. Outro fator importante que desestimulou a escravização indígena foi a catástrofe demográfica, pois eles não tinham defesa biológica contra as doenças europeias como sarampo, varíola, gripe. Outro fator foi o conhecimento indígena dos relevos, das terras americanas, posto que o interior permanecia quase inexplorado pelos invasores portugueses. Isso facilitou uma maior organização de ataques contra as fazendas e fortes portugueses distribuídos ao longo da faixa litorânea brasileira. Além disso, a partir de um certo momento, a própria Igreja Católica passou, através principalmente dos jesuítas, a fazer um trabalho de catequização junto aos índios, dificultando aos comerciantes e colonos portugueses a escravização dos nativos. Esta posição fora defendida pelos Jesuitas no Brasil, o que gerou conflitos com a população local interessada na escravatura, culminando em conflito, na chamada "A botada dos padres fora" em 1640.[3]

Mas não significa que os padres tratavam os índios ou a cultura indígena com respeito. A cultura dos índios, suas crenças religiosas eram consideradas pelos padres inferior se comparadas à cristã. Os padres chegavam mesmo a duvidar que os índios fossem pessoas.[carece de fontes?]

As línguas indígenas, apesar de parecidas, não ajudavam a formar uma nação indígena, coesa contra ataques externos, representando apenas grupos dispersos, muitas vezes em conflito. Isso permitiu aos portugueses encontrar aliados indígenas na luta contra os grupos que lhes resistiam. Uma forma de resistência aos colonizadores, principalmente à escravização, foi o isolamento, alcançado por meio de permanentes deslocamentos para áreas mais pobres. Os que assim procederam conseguiram, com algum sucesso, a preservação de uma herança biológica, social e cultural. Se bem que há tribos isoladas que por comercializarem diretamente com empresas estrangeiras, falam sua língua materna mas também um inglês rudimentar para viabilizar os negócios. Como resultado, temos hoje tanto grupos indígenas mais isolados como grupos indígenas que sofreram uma maior mestiçagem, tanto no aspecto biológico como social e cultural, mostrando sua influência na formação da sociedade brasileira. Certamente, o encontro desses povos com os europeus foi catastrófico, pois de uma população tão numerosa - embora os cálculos variem enormemente, entre 2 milhões e mais de 5 milhões - apenas entre 300 mil e 350 mil indígenas existam atualmente em território nacional.

Além disso, a escravização indígena era uma atividade que gerava lucros internos, ou seja, a metrópole portuguesa não se beneficiava com ela. Portanto, a preferência pelo trabalho escravo negro e não pelo índio se deve ao fato de que o comércio internacional de escravos trazidos da costa africana era tão tentador que acabou se transformando no negócio mais lucrativo da Colônia. Portugueses, holandeses e, no final do período colonial, brasileiros disputaram o controle dessa área tão lucrativa. Portanto, o tráfico se tornou mais do que um meio de prover braços para a grande lavoura de exportação, mas uma potencial fonte de riqueza para quem vendia os escravos, tratados como coisa, produto. Devido às dificuldades encontradas em escravizar os índios, a partir de 1570 a Coroa portuguesa passou a incentivar a importação de africanos, tomando também medidas para tentar evitar a escravização desenfreada e o morticínio indígena. Porém, a transição da escravização indígena para a negra africana se deu de maneira diferente na América portuguesa, variando no tempo e no espaço. Ela acabou mais rapidamente no núcleo mais importante da empresa mercantil, destinada à exportação de produtos agrícolas em grande escala. E demorou mais para acabar nas regiões periféricas, como é o caso de São Paulo.

Esses fatores contribuíram para que a mão-de-obra africana fosse inserida nas lavouras brasileiras, sendo obtida através do tráfico de escravos vindos principalmente das colônias portuguesas na África. A atividade do tráfico negreiro inicia-se oficialmente em 1559, quando a metrópole portuguesa decide permitir o ingresso de escravos vindos da África no Brasil. Antes disso, porém, transações envolvendo escravos africanos já ocorriam no Brasil, sendo a escassez de mão-de-obra um dos principais argumentos dos colonos.

Capturados nas mais diversas situações, como nas guerras tribais e na escravização por dívidas não pagas, os escravos africanos provinham de lugares como Angola e Guiné. Eram negociados com os traficantes Africanos (negros, também) em troca de produtos como fumo, armas e aguardentes e transportados nos chamados navios negreiros. Esses navios tinham destinos como as cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís, e delas eram transportados para regiões mais distantes. Durante as viagens, muitos escravos morriam em decorrência das péssimas condições sanitárias existentes nas embarcações, que vinham superlotadas. Quando desembarcavam em solo brasileiro, os escravos africanos eram vendidos em praça pública. Os mais fortes e saudáveis eram os mais valorizados.

A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização holandesa. Os holandeses passaram a importar escravos para trabalhar nas plantações. A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais começou a traficar escravos da África para o Brasil.[4]

Havia protestos, embora por vezes distantes, sem continuidade e sem medidas coercitivas, contra os maus tratos. Em 1º de março de 1700 por exemplo, o Rei de Portugal D. Pedro II escreveu uma carta indignada ao governador-geral D. João de Lencastre sobre os maus tratos dados aos escravos no Brasil: «… Não lhe dando fardas e outros nem ainda farinha», e comentando dos «cruéis castigos, por dias e semanas inteiras, havendo alguns que por anos se acham metidos em correntes, sendo mais cruéis as senhoras em alguns casos para com as escravas, apontando-se alguns que obram tanto os senhores como as senhoras com tal crueldade como são pingar de lacre e marcar com ferro ardente nos peitos e na cara, executando neles a mutilação de membros. De Francisco Pereira de Araújo se diz que cortou as orelhas a um, e pingou com lacre; outro veio do sertão, a quem o senhor cortou as partes pudendas, entendeu com uma sua negra; de outro, que se curou no hospital, se diz que foi tão cruelmente açoitado do seu senhor que lhe provocara especialmente o rigor da Justiça Divina, pelo que é de razão». Diz ainda de castigos que se fazem por suspensão de cordas em árvores, para que os mosquitos os estejam picando e desesperando, sobre os açoitarem e pingarem com a mesma crueldade que fazem os demais…»

Houve muito alvoroço com a necessidade de mão-de-obra nas Minas Gerais. Datado de 26 de março de 1700, um Bando do Governador do Rio Artur de Sá e Menezes proibiu que fossem transportados para as Minas escravos de cana e mandioca, enquanto ao mesmo tempo a Câmara se dirigia ao Conselho Ultramarino e pedia providências para facilitar entrada de africanos. Conseguiu duas medidas: a instituição de um tributo de 4$500 por cada escravo tirado de engenhos e despachado para as Minas, (e desde Carta Real de 10 de junho de 1699 havia direitos de entrada de 3$500 por cada negro vindo da África para o Rio de Janeiro) e a liberdade de comércio de negros e do tráfico. A própria Coroa traficava[carece de fontes?]: e desde a Carta Régia de 16 de novembro de 1697 o preço de cada negro vendido era 160$000; em 1718 o preço tinha subido a 300$000, embora custo fosse de apenas 94$000. Segundo André João Antonil, em "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas", está alta de preços, no início do século XVIII, se deu, em Minas Gerais, no início da mineiração, devido a grande carestia de vida que se gerou com a chegada em massa de portuguesês em Minas Gerais e pela grande abundância de ouro. Ainda segundo Antonil, em São Paulo, os preços dos escravos, naquela época, era a metade do preço em Minas Gerais, assim também para as demais mercadorias.

A atividade do tráfico negreiro foi extremamente lucrativa e perdurou até 1850, sendo oficialmente extinguida nesse ano com a Lei Eusébio de Queirós.

[editar] O trabalho dos escravos
O Tronco, de Jean Baptiste Debret - Escravos sendo castigados no tronco.Os índios que foram assimilados e escravizados pelos colonos portugueses mostraram-se mais eficientes na execução de tarefas a que já estavam adaptados no seu modo de vida, como a extração e o transporte de madeira, do que nas actividades agrícolas. Esses trabalhadores eram superexplorados e muitos morriam em decorrência dos castigos físicos aplicados pelos seus senhores. O uso de indígenas como escravos perdurou até o século XVIII.

Diante das dificuldades encontradas no processo de escravização dos indígenas, os colonos encontram como alternativa a utilização de escravos africanos, obtidos através do tráfico negreiro. Os escravos africanos poderiam ser designados pelos seus senhores para o desenvolvimento dos mais diversos tipos de atividades,destacando-se as atividades agrícolas,lavoura, sendo a extração da cana-de-açúcar a principal, a mineração e os serviços domésticos.

A atividade açucareira foi durante muito tempo o pilar sobre o qual a economia colonial se sustentou. Foi desenvolvida principalmente na Zona da Mata, no litoral nordestino, que oferecia condições naturais favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, produto que obtinha grande aceitação no mercado europeu e que garantia alta lucratividade. Para o seu cultivo, adotou-se o sistema de plantation, caracterizado pelo uso de latifúndios monocultores. A extração da cana necessitava de um grande contingente de mão-de-obra e foi a partir dessa necessidade que uma grande quantidade de africanos passou a trabalhar nos engenhos - propriedades destinadas ao cultivo e produção de açúcar.

Na agricultura, muitos escravos foram utilizados também no cultivo de tabaco, algodão e café, por exemplo.

Já na mineração, atividade que começa a ganhar grande importância na economia colonial durante o século XVIII, muitos nativos foram utilizados na exploração de metais preciosos, principalmente o ouro, na região de Minas Gerais. Vale ressaltar que com o desenvolvimento da mineração foram desenvolvidas várias atividades secundárias e dependentes dela, como a pecuária, das quais os escravos também participaram.

Os escravos domésticos - como indica o próprio nome - trabalhavam nas casas de seus senhores, realizando serviços como cozinhar e costurar. Existiram ainda casos de escravos que prestavam serviços remunerados e deveriam pagar parcela de sua renda ao seu proprietário, os chamados “escravos ao ganho”, além de escravos que eram alugados pelos seus senhores para desenvolver algum ofício (pedreiro, carpinteiro, cozinheiro, ama de leite) a um terceiro, sendo assim “escravos de aluguel”. Estes dois últimos tipos de escravos desenvolviam suas tarefas geralmente nos espaços urbanos.


Escravo sendo castigado, em pintura de Jean Baptiste Debret.O escravo encontrava-se na posição de propriedade de seu senhor, não possuindo assim qualquer direito. Era o seu proprietário o responsável por garantir os elementos básicos à sua sobrevivência, como a alimentação e as suas vestimentas. O cativo estava à disposição do seu dono, que o superexplorava. Era vigiado pelos chamados capitães-do-mato, que também capturavam os escravos fugidos e lhes aplicava os mais diversos tipos de castigos, como o açoitamento, o tronco, peia, entre outras punições, o que contribuía para diminuir o tempo de vida dessa mão-de-obra. Em síntese, executava o seu trabalho nas mais desumanas das condições.

Por parte dos senhores, existia uma discriminação com relação ao trabalho, já que o consideravam como “coisa de negros”. Convém ressaltar que houve casos de alforria, isto é, de escravos que foram libertados. Essas libertações ocorriam pelos mais variados motivos, desde vontade do senhor em virtude da obediência e lealdade do escravo até casos em que o cativo conseguia comprar a sua liberdade. Vale ressaltar também que a escravidão foi a base de sustentação da economia brasileira até o final do Império.

[editar] Resistência à escravidãoVer artigo principal: Quilombos
Tanto os índios quanto os africanos promoveram formas de resistência à escravidão, não sendo assim passivos a ela.

Os índios resistiram desde o momento em que os colonos tentam escravizá-los a força. Os africanos e seus descendentes, por sua vez promoveram várias formas de resistência à escravidão. A mais conhecida de todas foi a criação dos quilombos, uma espécie de "sociedade paralela" formada por escravos que fugiam de seus senhores, sendo o mais popular o Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas. Existiram, porém, inúmeras outras formas de se resistir à escravidão, como o suicídio, assassinatos, rebeliões, Aborto e revoltas organizadas contra os senhores.

Convém ressaltar que essas revoltas são um dos fatores que contribuíram para a abolição da escravatura. Diga-se que a escravatura também era frequentemente praticada nos quilombos, por exemplo, no Quilombo dos Palmares os cativos eram mantidos como escravos e utilizados para o trabalho nas plantações. No entanto, não era abolir a escravatura que algumas destas revoltas tinham como objetivo. A revolta dos Malês não só visava a libertação dos escravos africanos como pretendia escravizar os brancos, os mulatos e os não muçulmanos.

A violência da resistência quilombola em Minas Gerais foi assim descrita por Luíz Gonzaga da Fonseca, no seu livro "História de Oliveira", na página 37, descreve o caos provocado no Caminho de Goiás, a Picada de Goiás, pelo quilombolas do Quilombo do Ambrósio, o principal quilombo de Minas Gerais:

"Não há dúvida que esta invasão negra fora provocada por aquele escandalosa transitar pela picada, e que pegou a dar na vista demais. Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de aventureiros. Passavam boiadas e tropas. Seguiam comboios de escravos. Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, minçangas, tapeçarias e sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos extintos cataguás, foram se homiziando em certos pontos da estrada ("Caminho de Goiás" ou "Picada de Goiás"). Essas quadrilhas perigosas, sucursais dos quilombolas do rio das mortes, assaltavam transeuntes e os deixavam mortos no fundo dos boqueirões e perambeiras, depois de pilhar o que conduziam. Roubavam tudo. Boidadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias vindos da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos, mantando os comboeiros e libertando os negros trelados. E com isto, era mais uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. Em terras oliveirenses açoitava-se grande parte dessa nação de “caiambolas organizados” nas matas do Rio Grande e Rio das Mortes, de que já falamos. E do combate a essa praga é que vai surgir a colonização do território (de Oliveira e região). Entre os mais perigosos bandos do Campo Grande, figuravam o quilombo do negro Ambrósio e o negro Canalho."

[editar] Abolição da EscravaturaVer artigos principais: Abolicionismo no Brasil, Lei Áurea e Abolição da escravatura no Brasil.

A carta original da Lei ÁureaA abolição da escravatura foi processada de forma gradual e decorreu de toda uma situação formada com a sucessão do processo histórico, sendo ocasionada por uma série de pressões exercidas tanto por fatores externos quanto internos.

Pode-se encontrar nos fatores internos a ação de grupos abolicionistas compostos por indivíduos oriundos de diversas camadas da sociedade. Deve-se distinguir entre aqueles que eram favoráveis ao fim da escravidão os abolicionistas dos emancipacionistas, visto que estes eram favoráveis a uma abolição lenta e gradual dessa relação de trabalho, enquanto aqueles defendiam o fim imediato do trabalho escravo. Além da ação dos grupos abolicionistas, deve-se destacar a atuação de resistência da maior vítima do processo de escravidão, visto que os escravos não eram passivos e resistiam à dominação das mais diversas maneiras, como fugas, revoltas, assassinatos, suicídios, entre outros métodos.

Entre os fatores externos, pode-se destacar as pressões exercidas pelo Império Britânico sobre o governo brasileiro. A Inglaterra vivia naquele momento o auge do fenômeno do qual foi berço - a Revolução Industrial. O processo de industrialização demandava a ampliação dos mercados consumidores a fim de se obter a venda da crescente produção. O Brasil era um dos grandes parceiros comerciais ingleses, mas a relação de trabalho escravista não garantia aos trabalhadores que dela foram alvos poder aquisitivo. Além disso, o governo inglês já abolira a escravidão em todos os seus territórios.

As elites latifundiárias das colônias inglesas nas Antilhas sofreram perdas nesse processo a partir do momento em que haviam ganhado mais um custo de produção com o desenvolvimento de relações de trabalho assalariadas e que perdiam espaço na concorrência com a produção brasileira. Sentindo-se lesados, esses latifundiários passaram a exercer pressão sobre o parlamento inglês a fim de que a escravidão fosse combatida de forma mais efetiva. Em 1845, o parlamento inglês aprovou a chamada Lei Bill Aberdeen (em inglês, Aberdeen Act), que concedia à Marinha Real Britânica poderes de apreensão de qualquer navio envolvido no tráfico negreiro em qualquer parte do mundo. Como consequência da pressão inglesa, em 1850, o tráfico negreiro é oficialmente extinto com a Lei Eusébio de Queirós. Com o fim da principal fonte de obtenção de escravos, o preço destes elevou-se significativamente, uma vez que ocorre uma diminuição na sua oferta. Já em 1871, é promulgada a Lei do Ventre Livre, que garante a liberdade aos filhos de escravos. Oito anos depois, em 1879, inicia-se uma campanha abolicionista estimulada por intelectuais e políticos, como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco.[5]

O sistema escravista enfraquece-se mais ainda com a Lei dos Sexagenários (1885), que liberta todos os escravos com mais de 60 anos de idade.

Em 5 de maio de 1888, o Papa Leão XIII, na encíclica In Plurimis, dirigida aos bispos do Brasil, pede-lhes apoio ao Imperador, e a sua filha, na luta que estão a travar pela abolição definitiva da escravidão. No dia 13 de maio, a Lei Áurea é assinada pela Princesa Isabel, extinguindo oficialmente a escravidão no Brasil.

A abolição da escravidão, apesar de garantir a liberdade, não alterou em nada as condições sócio-econômicas dos ex-escravos, que continuaram a viver, de uma forma geral, na pobreza, sem escolaridade e sofrendo com a discriminação. Não impediu também que a superexploração de mão de obra em regime de escravidão e o tráfico de pessoas continuassem sendo praticados até os dias atuais.

Convém ressaltar que, enquanto relação social de trabalho predominante no território brasileiro, a escravidão foi substituída pela mão-de-obra imigrante assalariada.

O DISCURSO SOBRE A PROPRIEDADE ESCRAVA NO BRASIL. A pressão política internacional vinda principalmente da Inglaterra contra a escravatura e a edição do Bill Aberdeen (que atribuiu a marinha inglesa o direito de derrubar ou mesmo de confiscar os navios negreiros que vinham comercializar com o Brasil) surtiram efeitos na elite brasileira e culminou com a edição da Lei Eusébio de Queirós (1848) que proibia o tráfico negreiro. O importante é que isto tudo foi um propulsor à discussões mais profundas sobre a questão jurídica da proteção da propriedade privada sobre os escravos. Para a edição da Lei do Ventre Livre (1871) houve basicamente duas correntes opostas: aqueles que exigiam a indenização para a abolição dos escravos e aqueles que não viam a possibilidade de indenização, sendo representado este último pelo célebre político Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo. Os que exigiam a indenização para a abolição dos escravos baseavam-se na idéia de que estavam mantendo ou mesmo assegurando o que a constituição de 1824 apregoava no artigo 72, § 17, e que estabelece a indenização ao proprietário, pois estes não poderiam "ser privados de sua propriedade privada sem prévia indenização". Opostamente, existiam aqueles que viam não somente na escravidão o problema, mas, sobretudo, na própria ordem proprietária, como José do Patrocínio, assim como existiam aqueles que viam a escravidão como propriedade anômala, a qual não caberia qualquer indenização advinda do Estado, a exemplo de Nabuco. Na época, a tese indenizista ganhou tamanha força que fora a vencedora. Uma amostra são as leis que previam a indenização na abolição dos filhos dos escravos (Lei do Ventre Livre) e daqueles escravos acima dos 65 anos (Lei dos Sexagenários). A radicalização do movimento abolicionista no próprio seio social, bem como da proliferação da tese advinda da obra escrita por Nabuco denominada "O Abolicionismo", de que a consciência nacional estava acima de qualquer formalismo jurídico, foram importantes na fragilização do movimento indenizista e na vitória da abolição da escravatura de vez em nosso país trazida com a Lei Áurea de 1888. Inclusive, contou com a participação de Ruy Barbosa na proteção deste ideário abolicionista, uma vez que o mesmo ousou queimar registros públicos das "propriedades" escravas para impedir uma futura formação probatória em ações judiciais que poderiam contestar a constitucionalidade da lei abolicionista (a Lei Áurea). Os ex-senhores de escravos que utilizavam na verdade do argumento da manutenção do direito constitucional para proteger seu direito a propriedade, em que de fato não queriam a abolição, foram importantes partícipes na proclamação da república no ano posterior. Como diz João Paulo de Faria Santos em seu livro, " REFORMA AGRÁRIA E PREÇO JUSTO : A Indenização na Desapropriação Agrária Sancionatória": "(...) Os cerca de 700 mil escravos que existiam no Brasil do fim do século XIX valiam, no mínimo, 210 milhões de contos de réis, enquanto o orçamento geral do Império era de 165 milhões (DEL PRIORE, Mary. Op. Cit. Página 228). Enterrar a idéia da indenização era o passo que faltava para, realmente, abolir a escravidão. E tal tese passa a ser possível por essa matemática que unia os argumentos jurídicos de Nabuco com a força e a radicalização do movimento abolicionista nas ruas." O pensamento de Nabuco foi importante não somente por introduzir o elemento da dignidade humana em nossa legislação, mas por enfrentar o princípio basilar constitucional que era o respeito absoluto à propriedade. E pode ser considerada essa manifestação ainda que primitiva um começo da noção importante no estudo da propriedade privada no Brasil, pois todo processo evolutivo culminou na noção de um direito a propriedade funcionalizada, ou seja, que respeite a dignidade humana e tenha uma destinação ou uma função social condizentes com os princípios adotados na nossa Magna Carta de 1988. Este, então, sem dúvida foi o primeiro passo para esta realização.

Figura de Debret.Tanto os indígenas quanto os escravos africanos foram elementos essenciais para a formação não somente da população, mas também da cultura brasileira. A diversidade étnica verificada no Brasil decorre do processo de miscigenação entre colonos europeus (portugueses), indígenas e africanos. A cultura brasileira, por sua vez, apresenta fortes traços tanto da cultura indígena quanto da cultura africana. Desde a culinária, onde se verificam o vatapá, o caruru e chegando até a língua portuguesa, é impossível não perceber a influência da cultura dos povos que foram escravizados no Brasil.

A origem da feijoada brasileira tem sido alvo de controvérsias, alguns afirmam que, ao contrário do que é amplamente difundido, não tem origem entre os escravos, mas em um prato português. Nesse aspecto, entretanto, é importante ressaltar que partes dos porcos utilizados no preparo da feijoada não eram usados pelos escravocratas, o que reforça a tese de que, como em outros espaços da cultura brasileira, houve uma reelaboração a partir do que os negros dispunham para sua alimentação.

No contexto do estado de São Paulo. Durante o período escravocrata, a cidade brasileira de São Carlos, no estado de São Paulo, atingiu o segundo lugar no tráfico de escravos para o interior paulista, perdendo somente para a região de Campinas. A economia da povoação era totalmente agrária com alguma produção de cana e quase totalmente voltada para a subsistência. Na época o negro era a base da produção, sendo o escravo quem trabalhava no campo e produzia o alimento e a renda.